Opinião - Perdidos na Amazónia, de Stephen Kirkpatrick

Editor: Ministério dos Livros/Saída de Emergência
Edição: 2008
Páginas: 232

Sinopse

A história verdadeira de cinco homens e da sua luta desesperada pela sobrevivência
«O medo explodiu num pânico completo, numa onda de terror que me deixou a tremer no calor tropical. Seguiu-se um fluxo quente de adrenalina que ameaçava conduzir-me até ao interior da selva aos gritos, a despenhar-me cegamente na folhagem molhada. Corre!,gritava um qualquer instinto primitivo. Sai daqui! Deixa lá a mochila e corre! Mas não tinha para onde correr.»
Stephen Kirkpatrick estava sozinho na selva. Os companheiros de viagem tinham desaparecido, o rádio não funcionava e a noite aproximava-se. Sabia que depois de escurecer tudo o que existia na selva saía para se alimentar – ou para ser comido.


A minha opinião
Uma história verídica sobre os cinco homens que se perderam na Selva da Amazónia. Uma história soberba, tenebrosa, impressionante, brutal, asfixiante e comovente!

Quando comecei o livro, estava um pouco receoso de que a leitura fosse uma seca… Pois, se perderam na Selva, como é que pode esta história ser contada em 232 páginas? Só arvores e arvores, selva e selva, bichos e bichos, e mais nada…

E afinal, o livro veio surpreender-me grandemente! Fui totalmente sugado para dentro da Selva como se tratasse de três dimensões com óculos especiais! Encontrei-me perdido ao lado dos cinco homens, no meio de milhões de insectos e animais venenosos, sob as chuvas torrenciais com uma temperatura de sauna sem nada para nos proteger, engolido pela escuridão mesmo em pleno dia, enjoado pela podridão da putrefacção dos seres mortos e do pantâno, atacado pela fome atroz, aflição e desespero por sair dali, dorido por ter feridas nos pés, picadas dos insectos… Foi uma leitura e tanto, tão realista, tão envolvente, tão terrorífica e contudo tão emocionante que no fim me deixou comovido e arrepiado pela força da Selva em que «a selva nunca muda. Só os homens que a atravessam.». Não irei esquecer esta história tão cedo! Terminei o livro ontem e ainda estou a suspirar, bastante impressionado, sinceramente!

Stephen Kirkpatrick nessa altura era fotógrafo de vida selvagem por conta própria, e o seu grande sonho era captar uma imagem para a National Geographic, de modo a que pudesse tornar-se conhecido e famoso. Sabe-se que a área da Amazonia é muito grande e ainda há sítios inexplorados… Stephen Kirkpatrick, ofuscado por este sonho e desesperado por subir na profissão, arriscou-se por enveredar por uma parte inexplorada da Amazonia com a esperança de captar em fotografia espécimes nunca vistas… E assim foi. Partiu para a loucura desta aventura, acompanhado de dois guias Esteban e Ashuco; de Darcy, um americano que trabalhava para Green Tracks - uma empresa de ecoturismo que oferecia excursões; e de Mario o videografo. O Stephen não os conhecia, excepto o seu guia Ashuco. À medida que vamos avançando na leitura, vamos conhecendo estes homens. O Ashuco revelou-se ser um excelente guia que me impressionou e tocou; o Mario revelou-se um homem choroso a chamar pela “mi mamã”e inseparável do seu colete salva-vidas; o Darcy revelou-se ter sentido de humor/ironia muito peculiar; e o Esteban revelou-se também um bom guia mas o Ashuco foi mais especial. Se lerem, irão saber porquê, o que ele fez e tudo. E o próprio Stephen com suas dúvidas pessoais e religiosas, a pensar nos seus três filhos e no divórcio, a sua condição de fotografo, o seu amor pela fotografia e a força que isto lhe causa…

Este livro apresenta fotografias em que uma delas mostra os cinco homens no barco estreito a passar por um rio acastanhado…

Vou aqui deixar o excerto do livro para terem uma ideia de como está escrito e de como é tão envolvente que vão querer continuar a ler… Vale a pena dar-lhe uma vista de olhos: aqui

Actualmente, Stephen Kirkpatrick é muito conhecido, como podem ir visitar o seu site pessoal - aqui, onde mostra fotografias de cortar a respiração, lindas e magníficas!

ADOREI!

Classificação: 10/10


Opinião - Vencendo o Passado, de Zibia Gasparetto

Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 360
Editor: Vogais & Companhia, Edições Lda.
Colecção: Vidas Passadas
Sinopse: aqui
A sinopse parece nos indicar que se trata de um livro de auto-ajuda espiritual… Na verdade, é um tipo de romance que se centra numa família brasileira. Um pai autoritário, chefe de família, em que a mulher e os filhos têm que obedecer às suas ordens e vontades. Uma mãe submissa, passiva, que faz tudo o que marido lhe manda, que “obedece” mesmo com as coisas que discorda, limitando-se apenas a fazer “deveres” de esposa e mãe. Dois filhos: um rapaz imaturo e irresponsável e uma rapariga… Esta última é a Carolina. É esta rapariga que irá alterar TODOS… É através dela que iremos compreender por que razão o pai e a mãe são assim… e por que razão o pai odeia tanto o namorado da Carolina, ao ponto de impedir o casamento entre eles e até de se verem um ao outro… e quem foi o irmão dela…

Adorei! Foi uma leitura deveras gratificante, com muitas verdades que devem ser relidas e nunca esquecidas. Porque é que temos raiva, medo, insegurança, etc.? E porque é que sentimos algo forte por uma pessoa como se já a tivéssemos visto numa vida passada? E porque sentimos desconforto por alguém sem explicação plausível? E o que acontece quando dormimos durante a noite? Todos sabemos que no sono profundo entramos no inconsciente. Infelizmente, nunca nos lembramos quando passamos por esta fase profunda de sono...

Sobre as vidas passadas ou reencarnação, é o tema que me interessa muito, desde que li os dois livros do Dr. Brian Wiess (psiquiatra bastante conhecido - aqui): “Muitas Vidas, Muitos Mestres” e “Só o Amor é Real”.
Sobre o primeiro livro, este médico era deveras céptico face a este tema, até que um dia hipnotizou uma doente que possuía fobias graves. Esta ao ser hipnotizada e recuado a vidas passadas, passou por uma linha entre a vida e a morte, e aí disse o que tinha acontecido ao filho e ao avô do médico… Como é que a doente soube se ela não conhecia o psiquatra nem sequer a sua vida pessoal?! Como se explica este caso?! O filho e o avô tinham morrido. E quanto ao segundo livro, o qual recomendo bastante, é sobre um reencontro de almas gémeas, uma história verídica que aconteceu entre dois pacientes do Dr. Brian Wiess, ambos hipnotizados a vidas passadas mas em consultas separadas, não se conheciam um ao outro, e os dois relataram os mesmos episódios/ as mesmas cenas que vivenciaram em vidas passadas, uma história emocionante e linda!

De facto, comparando com os livros do Dr. Brian Wiess e este livro, encontrei muitos pontos em comum… Fomos filhos, pais, irmãos, namorados em vidas passadas.

Não têm que acreditar neste tema, mas ao menos acho que vale a pena esta leitura, podem achá-lo como uma história de ficção que tem apenas muitas verdades que nos permitem reflectir e que nos podem fazer bem ao espírito assim como aperfeiçoar a relação com outras pessoas, em que os sentimentos negativos como raiva, ódio, medo e outros, devem ser ultrapassados ou evitados.

Está bem relatado, de forma simplicista, que nos prende desde as primeiras às últimas páginas. Eu até o devorei, mais rápido do que o normal, sempre ansioso por continuar, querendo saber o desfecho.

Foi uma boa descoberta, esta autora, graças à Sofia do blog “Sofia e os Livros", cuja opinião podem ler aqui. A Sofia achou-a como uma história de ficção e gostou muito. E, tal como ela, também quero ler mais livros da Zibia Gasparetto.

Classificação: 9/10 (indispensável)

Opinião - Dia da Mãe, de Patricia MacDonald

Edição: 2004
Páginas: 320
Editor: Circulo de Leitores

Sinopse:
É na casa que se escondem os segredos. Dentro de portas, para lá da aparente calmaria dos dias. Karen e Greg sempre viveram na pacata Bayland, em Massachusetts. Ali se conheceram, ali casaram, ali adoptaram Jenny. Uma harmonia que cedo se quebrará. O reaparecimento da mãe biológica da adolescente obriga Karen a enfrentar a dura verdade. Nada era como ela pensava, todos escondem alguma coisa.

Opinião:
Trata-se de um policial leve, mas reservado com algumas surpresas. Lê-se bem, sem o mínimo esforço de concentração.
O título não é nada apelativo, mas é precisamente nesse dia da mãe em que a mãe biológica da Jenny reaparece a esta pacata vila.
Tem suspense em cada frase desde o assassinato da mãe biológica. Os personagens estão bem caracterizados, parecendo todos suspeitos, sendo esta a intenção da autora de baralhar e depois surpreender o leitor.
Foi o segundo livro que li desta autora e cheguei à conclusão de que não vale a pena perder-me mais tempo com os seus restantes livros. Não é que não tenha gostado deste livro nem do primeiro, muito pelo contrário, ambos fizeram-me devorar a leitura até às últimas linhas. A questão é que este tipo de policial não é dos melhores.

Classificação: 5/10

Opinião - Estarás Aí?, de Guillaume Musso

Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 264
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722516471
Sinopse: aqui


As primeiras palavras do livro:

“Já todos nos confrontámos com a questão pelo menos uma vez: se nos fosse concedida a oportunidade de voltarmos atrás, o que alteraríamos na nossa vida?

Se o pudéssemos fazer, que erros tentaríamos corrigir? Que dor, que remorsos, que receios escolheríamos apagar?

Ousaríamos verdadeiramente conferir um novo sentido à nossa existência?

Mas para nos tornamos o quê?
Para irmos onde?
E com quem?”

Achei esta história, apesar de ser irreal, extremamente interessante! Este é definitivamente o meu livro de Eleição, adorei!

O cirurgião Elliott amou muito uma mulher, Ilena, que falecera há 30 anos e gostaria muito de a rever. Ele encontrava-se em missão voluntária no Camboja e o velho cambojano, em retribuição por o cirurgião ter operado uma criança que tinha um defeito nos lábios, deu-lhe 10 comprimidos. Estes comprimentos vão fazer com que o médico recue ao passado.

Poderá ele salvar a mulher amada? Poderá ele alterar o destino? Mas, se salvar a Ilena e ficar com ela, o que acontecerá à sua filha Angie (fruto resultante de uma relação passageira com outra mulher) que foi criada por ele com tanto amor? O que irá ele fazer para não perder as duas? E o que vai acontecer à amizade com o seu melhor amigo Matt que também irá estar envolvido nesta aventura?

Esta história permitiu-me reflectir sobre os erros cometidos no passado e o desejo de os querer apagar/corrigir.

Na verdade, não sou apreciador de escrita cinematográfica, mas gosto especialmente da escrita de Musso que se lê muito bem, que nos leva a sentir todas as emoções, que nos faz ver o amor e a amizade de forma nítida, que nos faz aproximar aos personagens, e que nos prende de tal maneira viciante ao desenrolar da história.

Recomendo bastante esta leitura!

Classificação: 10/10