Explodido - "O Terceiro Gémeo", de Ken Follett


Leitura: 16 a 23 de Junho
Páginas: 502
Editora: Editorial Notícias


Tiro Opinativo


Esta história não tem a ver com a clonagem, mas sim com a fertilização In Vitro e gémeos univitelinos (habitualmente conhecidos como “Gémeos Verdadeiros”). Os gémeos univitelinos são clones uns dos outros, ou seja, são exactamente iguais. É este tipo de clonagem de que se fala o livro. Sabemos que os gémeos univitelinos são originados através da fecundação de um espermatozóide com um óvulo e que nascem da mesma mãe e no mesmo dia.

A heroína do livro é uma brilhante cientista, uma jovem mulher de vinte e poucos anos, possuidora de uma longa cabeleira escura, corpo atlético com 1,80m de altura, e uma argola no nariz. Chama-se Jeannie Ferrami. Esta cientista trabalha numa Universidade e está a fazer uma investigação sobre a criminalidade.

Pág.24 - dialogo entre a heroína e a irmã desta:

- Não consegui perceber se dizia que a criminalidade é ou não herdada.
- Identifiquei quatro características herdadas que conduzem ao comportamento criminoso, mas a minha grande teoria é que certas formas de educação contrapõem essas características e transformam os potenciais criminosos em bons cidadãos.
- Como é que podes provar uma coisa destas?
- Estudando gémeos univitelinos criados separadamente. Esses gémeos têm o mesmo ADN.E quando são adoptados à nascença, ou separados por qualquer razão, são educados de maneira diferente. Por isso, procuro pares de gémeos em que um seja um criminoso e o outro um indivíduo normal. Depois estudo a forma como foram educados e o que é que os pais fizeram de diferente.
Esta investigação vai levar Jeannie Ferrami a descobrir um par de gémeos univitelinos. Um está preso e o outro é um bom estudante de Direito, mas ambos têm datas de nascimento diferentes e nasceram em sítios diferentes, o que não faz sentido! Para complicar mais, o estudante de direito é logo preso, por acusação de violação ocorrida na Universidade, sendo reconhecido pela própria vítima que é a colega e melhor amiga da Jeannie Ferrame. Será que este estudante é mesmo o violador ou é fisicamente idêntico ao outro verdadeiro? Será que existe o terceiro gémeo univitelino, uma vez que o segundo se encontra preso? Entretanto, Jeannie será despedida e impedida de continuar esta investigação… Mas não desiste, irá lutar até provar a todos. O que esconde por detrás destes gémeos? Como é que eles foram originados? Qual é a terrível verdade que não deva ser revelada?

Não se consegue parar de ler, devorei completamente envolvido neste trama todo! Ken Follett é genial a relatar este tipo de thriller que nos faz agarrar e também nos leva a gostar dos personagens como a Jeannie Ferrami, pela forma como caracteriza a sua personalidade, os seus problemas pessoais e familiares.


Um ponto curioso: este livro foi publicado em 1996 e a clonagem da ovelha Dolly tornou-se do conhecimento público neste mesmo ano.



ClassificaçãoCartucho de Prata


À Caça de Adversários

Planeta Marcia
Clapotis

(Mais adversários que se acusem!)

Explodido - "O Menino de Cabul", de Khaled Hosseini


Leitura: 7 a 14 de Junho
Páginas: 336
Editora: Relógio D´Água
Sinopse: aqui


Tiro Opinativo


Estou completamente impressionado e tocado com este livro.

Este livro relata a história de Amir, um escritor afegão imigrado nos Estados Unidos, que se vê obrigado a acertar as contas com o passado e retorna ao seu país de origem. O ponto de partida do livro é a infância do protagonista (sendo ele o próprio narrador), quando Cabul ainda não era a capital do país que foi invadido pela União Soviética, dominado pelos talibãs e subjugado pelos Estados Unidos.

Que contas tinha ele a acertar com o passado, este passado que o angustia todos os dias? Que aconteceu exactamente? Recuamos à infância do Amir, àquele tempo em que ainda se faziam torneios de papagaios de papel em Cabul. Amir vivia com o seu pai, um comerciante rico, e tinha criados Ali e seu filho Hassan. Estes criados eram hazaras que descendiam dos mongóis e que se pareciam com os chineses. Amir e Hassan, tendo quase a mesma idade, eram inseparáveis nas brincadeiras. Amir, já em criança, devorava livros e lia para Hassan, pois este não sabia ler nem escrever, até contava-lhe as suas histórias inventadas. Hassan era um rapaz tão leal e tão bom para Amir, que até doía o coração. Fazia tudo por ele… Foi no dia do torneio de papagaios de papel em que tudo aconteceu e a partir daí atormenta Amir…

Li esta obra, completamente absorto, longe da realidade actual, mastigando cada palavra que abarca a dimensão de sentimentos: amizade, traição, remorsos, redenção e perdão. Visualizei e cheirei o Afeganistão antes e depois da invasão. Senti emoções fortes sob o corpo e alma de Amir, o próprio relator do livro, que me fez derramar lágrimas.

Está tão bem escrito que queremos ler devagar e continuar a ler, foi o que me aconteceu, que foi mesmo difícil de chegar ao fim…

Este livro foi adaptado para o filme. Mal terminei o livro, pus-me a ver o filme alugado do clube de vídeo, desejoso por ver os rostos do próprio relator Amir, dos seus criados Ali com a perna direita torta e atrofiada e melhor amigo Hassan com o lábio leporino; do seu pai Baba que era bastante liberal e estimado por todos por ser extremamente bondoso; do amigo do seu pai Rahim Khan que o tratou com especial estima; da sua linda e doce mulher Soraya de cabelo comprido cor de carvão… Bem, fiquei desiludido com o filme, com os actores, com a história! Não é 100% fiel ao livro. Faltou no filme a intensidade de emoções que há no livro, não vemos o interior dos personagens e, além disto, não cumpre a ordem dos acontecimentos. Por exemplo, quando Amir fugiu do Afeganistão, tinha 18 anos, e no filme foge com 12 anos! Quando Ali e Hassan se foram embora, chovia bastante naquele dia, e no filme faz sol!

Por favor, não vejam o filme, leiam antes o livro. É para ler devagar. Apenas para ler.

É definitivamente um dos melhores livros que já li!



ClassificaçãoCartucho de Ouro

Explodido - "Lembra-te", de Mary Higgins Clark


Leitura: 1 A 6 de Junho
Páginas: 221
Editora: Publicações Europa-América


Tiro opinativo


Mais um livro da MHC que me deu prazer de ler, um serão de leitura bem aproveitado!
“Lembra-te” é um nome de uma grande casa, para onde vão um casal, Menley e Adam, passar uns dias antes de a comprar.
Menley é uma escritora de profissão e sofre de perturbações pós-traumáticas, sentindo culpada pela morte acidental do seu filho de 2 anos. Adam tenta fazer tudo para a recuperação mental da sua mulher e do seu casamento.
No entanto, a casa “Lembra-te” reserva uma história do passado… O capitão Andrew Freeman mandou construir esta casa para a sua noiva Mehitabel em 1703. Abandonou-a, levando consigo o filho, ao saber que a mulher lhe era infiel…
Para escrever um livro, Menley decide investigar o passado da casa, acerca do capitão Freeman e a história da Ilha. Desde então acontecem coisas muito estranhas em casa, esta parece estar assombrada! E para agravar, uma vizinha com doença de Alzheimer, outrora professora de História, não pára de dizer à Menley que eles a querem matar.
MHC é uma rainha de suspense, sem dúvida! Faz-nos ler sem parar, loucos por saber o desfecho da história! Este foi um dos bons livros de que gostei bastante de ler.



ClassificaçãoCartucho de Prata

Explodido - "O Homem que Sonhava ser Hitler", de Tiago Rebelo


Leitura: 23 A 31 de Maio
Páginas: 470
Editora: ASA
Sinopse: aqui



AutorTiago Rebelo




Tiro opinativo


A história começa com espancamentos a uma criança de cor e esta entrar em coma. Como é que foi que lhe aconteceu? Foram os “cabeças-rapadas”? O que é a Nova Ordem, a extrema-direita? Cabem aos inspectores da Policia Judiciária, António Gaspar e seu colega Nani, desvendarem este caso. Desde o inicio, não se consegue parar de ler, com o suspense se mantendo ao longo do livro. O modo como a história é contada, o desenrolar dos crimes, as ligações de provas, as excelentes descrições físicas e psicológicas dos personagens, faz com que nos esqueçamos de que a história é política. Li completamente envolvido no enredo com as emoções mexidas, dando por mim a reflectir sobre a situação actual do nosso Governo e o que a crise que pode causar ao nosso povo. A escrita é fluida e leve, acessível a qualquer leitor, que se lê mesmo com agrado. Os capítulos são curtos, o que impulsiona o avanço rápido de leitura. Recomendo este livro sem reservas, até mesmo para quem não gosta de política!


ClassificaçãoCartucho de Prata


À Caça de Adversários
O Marcador de livros

Silêncios que falam

(Mais adversários que se acusem!)