Explodidos - "A Passagem", vol. 1 e 2, de Justin Cronin



Leitura 
Vol.1:  9 Set. a 25 Nov. 2013 
Vol.2 :26 Nov a 6 Dez. 2013
Páginas: 973
Editora: Editorial Presença
Sinopse: aqui
 
Tiro opinativo

A classificação bastante boa no Goodread e o tema em que envolve experiências científicas realizadas em secreto pelo governo militar, levaram-me a querer explodir este cartucho.

No “A Passagem - Volume I”, a primeira parte começa muito bem em que vivenciamos o desenrolar das experiências realizadas com um vírus e as suas consequências. As cobaias utilizadas para estas experiências foram os doze prisioneiros que estavam condenados à morte e uma menina de 6 anos cuja mãe era prostituta. Os doze transformaram-se em mutantes virais bastante assustadores e terroríficos que saciam de sangue. Não são propriamente vampiros, não são como o Drácula ou outros Vampiros comuns que conhecemos, mas sim seres transformados com um vírus. Quanto à menina, é o mistério abrangente de todo o cartucho.
A segunda parte, é mais difícil de arrancar, pois damos uma queda no “buraco temporal”, aterrando 100 anos depois da catástrofe causada pelos virais, e somos derrubados por uma avalanche de personagens totalmente desconhecidos. Muitas famílias descendentes das primeiras famílias da Colónia, este abrigo que resistiu à catástrofe, e os Vagantes. Custou-me imenso de memorizar os nomes, de quem eram e o que faziam. Irmãos, primos, etc. Contudo, esta parte não me travou, continuei a explodir o cartucho, bastante intrigado e curioso, ainda mais quando a menina apareceu à Colonia, totalmente imune aos virais.

No “A Passagem - Volume II”, a explosão passa a ser mais leve, por haver acção e aventura, e também por já estarmos familiarizados com os personagens. É neste cartucho que as peças se encaixam e dão todo o sentido à história.

Gostei de explodir “A Passagem”, achei interessante! Contudo, a ligação com os personagens foi mínima por eles serem muitos. Houve mortes que não me afectaram por não os ter conhecido bem. Apareceram e foram-se simplesmente, eis um único ponto negativo.

O final ficou aberto e tem continuação no "Os Doze" que entretanto aguarda pela sua vez de ser explodido.

Recomendo este livro só para quem gosta de ficção científica e acção.

Classificação
 Cartucho de Cobre
  À Caça de Adversários 
 (Acusem-se...)

Explodido - "Prazer de Matar", de Tami Hoag


Leitura: 19 Set. a 4 Out. 2013
Páginas: 832
Editora: 11x17
Sinopse: aqui
 
Tiro opinativo

Mais um cartucho da Tami Hoag explodido, sendo este o melhor que já li, apesar de me ter custado a avançar mais depressa do que o esperado, por motivos que já vou explicar mais à frente. 

Trata-se de um policial de elevada qualidade e inteligente, muito bem estruturado, com uma variedade de fortes suspeitos a fim de nos baralhar e dar volta. 

Tudo começa com uma adolescente a fugir de pânico... Ela tinha testemunhado um homem a fazer um ritual matando uma mulher com fogo. Foi o que esta testemunha relatou à Polícia. O corpo carbonizado foi encontrado sem cabeça, o que não permitia a identificação da vítima, mas o assassino deixou perto do corpo, uma carta de condução da Jillian, filha de um conhecido milionário. Os melhores agentes, com maior destaque o agente especial Quinn do FBI, foram convocados para investigar a fundo este homicídio, sob a pressão e a influência da Presidente da Camara Municipal. O marido desta era advogado e amigo do pai da Jillian. Os agentes associaram este homicídio com os dois anteriormente ocorridos, cujas vitimas eram as prostitutas. 

 Quem foi exactamente Jillian? Quem era a testemunha? O que é que todos escondiam? Quem era o assassino apelidado de Cremador? 

Ao longo do enredo, fui fazendo deduções, desconfiando ser aquele suspeito ou o outro, e afinal fui totalmente surpreendido com o final. 

 Eu teria classificado este cartucho de Ouro, se não fossem o excesso e a repetição das descrições psicológicas da Kate e do Quinn e do romance entre os dois, e também as metáforas que chegaram a entorpecer a acção policial. 

Apesar dos pontos negativos, vou continuar a ser um leitor constante dos livros da Tami Hoag. 


 Classificação 
Cartucho de Cobre

Explodido - "Incendiário", de Chris Cleave


Leitura: 13 a 18 Set. 2013 
Páginas: 233
Editora: Edições ASA
Sinopse: aqui
 
Tiro opinativo

O "Incendiário" não é como o anterior que li "A Menina de Ouro" (opinião - aqui). Gostei, mas menos que o anterior.

É bastante dramático e chocante. Há humor, mas sangra e dói. Há beleza de risos e cor, mas sofre e chora de labaredas e fumos. E o final faz-nos reduzir a um sufoco insuportável.

Como o pânico pode fazer às pessoas, deixam-se de serem HUMANAS. Pela sobrevivência, lutam para salvar a sua própria pele, mesmo matando outras pessoas.

A escrita não tem virgulas, pois a mulher que escreve a carta ao Obama Bin Laden, não sabe escrever. Isto tem-me custado a ler, muitas vezes levou-me reler para separar as frases.

Apesar de o livro ser extremamente pesado, reconheço que é uma excelente obra. O Chris Cleave fez um bom trabalho. As metáforas do drama e do amor. A originalidade do humor. O verdadeiro retrato da nossa sociedade. A descrição dos sentimentos humanos no caos sanguinário causado pelo terrorismo.

O livro foi adaptado para o cinema. 




Classificação 
Cartucho de Cobre
 À Caça de Adversários 
 

Explodido - "E as Montanhas Ecoaram", de Khaled Hosseini

Leitura: 02 a 14 Agosto de 2013 
Páginas: 392
Editora: Editorial Presença
Sinopse: aqui
 
Tiro opinativo


Que dizer acerca desta última obra publicada cá em Portugal, deste magnifico autor que é o Khaled Hosseini? Li os dois livros anteriores como “Mil Sois Resplandecentes” e “O Menino de Cabul”, e adorei ambos. O autor tem um dom para descrever as emoções, com uma poesia palpável e tocante, tecida de palavras, capazes de nos transportar para dentro dos personagens e sentir toda a sua dimensão de dor e amor. A Beleza a sobrepor-se à tragédia, à morte e à guerra. O Amor sobrepor-se à violência e à miséria. A Amizade a colorir com o seu arco-íris sobre a crueldade da Vida. 

Nos primeiros capítulos desta nova obra épica, somos absolutamente absorvidos pela história lendária que o pai Saboor relata aos seus dois filhos, o Abdullah de 10 anos e a Pari de 3 anos, tão inseparáveis, agarrados como um só irmão. Depois somos confrontados com o desaparecimento da Pari que foi vendida. Recuamos ao passado e testemunhamos a estreita ligação entre os irmãos. A Pari que foi a Luz e a Alegria do Abdullah no meio de tanta miséria. As penas das aves fizeram o meu coração chorar de comoção e o cão da Pari perante o desaparecimento da sua pequena salvadora, marcou-me fortemente. Depois estamos com o Tio Nabi que teve um papel nisto tudo, relatando na primeira pessoa, através da sua carta antes de morrer, onde explica o que aconteceu aos dois irmãos na dolorosa e cruel separação e para onde foi a Pari. Até aqui, foram as melhores partes do livro que eu teria considerado como um cartucho de ouro.

A partir do 7º capítulo, somos travados bruscamente com o aparecimento de novos personagens que não sabemos quem são, o que nos obriga a esforçar como se estivéssemos no início do livro. Isto estragou a fluidez e a força do resto da história, fez com que o Abdullah e a Pari passassem para o segundo plano à luz de velocidade das estrelas, ficando tão distantes e quase esquecidos, e quando nos reencontramos com os dois irmãos na parte final, já nos são estranhos, e o desfecho é um rio turvo de desilusão que vai dar à imensidão do oceano aberto.


Classificação 
Cartucho de Cobre

Explodido - "A Herdeira Acidental", de Vikas Swarup

Leitura: 14 a 24 Agosto de 2013 
Páginas: 400
Editora: Edições ASA
Sinopse: aqui
 
Tiro opinativo


Mais um livro do Vikas Swarup que me surpreendeu com os seus ingredientes originais de construir uma história como esta que é trágica, nua e crua, e ao mesmo tempo, inesperada, surpreendente e inteligente. 

O início começa com a Sapna Sinha presa por acusação de homicídio. E assim ela começa a relatar, na primeira pessoa, a sua história como chegou até a este ponto…

Testemunhamos a sua tragédia familiar: o suicídio da irmã Alka e a morte do pai que era o patriarca que sustentava a família. A Sapna teve que desistir dos estudos e ir trabalhar para sustentar a sua irmã Neha e a mãe doente. Um dia, quando a Sapna ia a sair do templo, foi abordada por um homem idoso com uma tika escalarte a adornar-lhe na testa e os dedos carregados de anéis cintilantes com diamantes e esmeraldas. Era o proprietário do Consórcio de Empresas Acharya. Tinha uma proposta para lhe dar que era a oportunidade para ela se tornar diretora-geral do Grupo de Empresas CEA, para liderar um império empresarial que equivalia a 10 milhões de dólares, mas para isto teria que passar por sete testes.

Porquê ela, a Sapna Sinha, uma mulher entre muitas e sem habilitações profissionais? Uma proposta louca e sem sentido!

Por força de circunstâncias e dificuldades financeiras, ela foi obrigada a aceitar a proposta, mesmo sem saber que tipo de testes seriam estes. 

Só lendo é que vamos sabendo. Não são o que imaginamos. Deduzi todas as hipóteses possíveis e não acertei sequer uma. Na parte final do livro, quando há crime inesperado, fui transportado por uma forte avalanche de ação e de suspense, que me levou a devorar ávido de saber o desfecho. Quando rebentou a revelação, tudo passou a fazer sentido.

Gostei bastante da originalidade dos testes e o que aconteceu depois ao ponto de nos baralhar e surpreender.

Agora, falando da capa, que é o que mais me entristece por inteiro e me deixa enraivecido contra a publicidade das editoras, não corresponde absolutamente nada com a história. Se não fosse o Vikas Swarup, o autor de “Quem quer ser bilionário”, nunca teria pegado este cartucho, pensando de pertencer à categoria de Harlequim ou de histórias com floreados de cor-de-rosa. 

A capa original, abaixo indicada, é que é fiel ao enredo do cartucho.




Classificação 
Cartucho de Prata

Explodido - "Menina de Ouro", de Chris Cleave

Leitura: 23 junho a 3 julho de 2013 
Páginas: 368
Editora: Edições ASA
Sinopse: aqui
  

Tiro opinativo

 

Este livro, o primeiro do autor Chris Cleave que li, surpreendeu-me bastante. 

Mal comecei as primeiras páginas, deixei-me levar pelas ondas literárias, absolutamente deslumbrado com a arte da escrita. E não só a escrita também a história em si que achei muito interessante: os treinos intensivos do ciclismo para os Jogos Olímpicos, a intensidade das emoções quando se vence ou se perde numa corrida, a relação entre as duas ciclistas rivais que pedalavam lado a lado como amantes precisando uma da outra, e tudo o resto. 

Neste livro, conhecemos os três ciclistas: a Zoe, a Kate e o Jack. O autor tem uma habilidade especial para recuar ao passado. Estamos no presente e recuamos quando eles recordam o seu passado. À medida que lemos sob a musicalidade da prosa poética e no vaivém temporal, vamos nos sentindo mais próximos dos três heróis, mais eles se tornam transparentes aos nossos olhos, com as suas fraquezas e segredos expostos. Temos a Sophie, uma menina especial de 8 anos, com leucemia. Uma menina com uma imaginação fabulosa e força interior. Mas, acima de tudo, é a força do AMOR que vencerá; Jack e Kate são um casal exemplar que farão tudo por ela.

No fundo da história, dorme um segredo bombástico. Só lendo, descortinando as frases, mergulhando na profundidade dos três ciclistas ao longo dos anos, desde os seus 19 anos aos 32 anos, este segredo emergirá ao de cima para nos surpreender.

Adorei o final e senti-me bastante tocado! 

Este livro é como uma homenagem aos ciclistas olimpíadas, às crianças com leucemia e aos pais destas crianças.

Não conhecia bem o ciclismo no Velódromo e agora tenho uma elevada consideração pelos ciclistas, o tormento por que eles passam para vencer e as recaídas nas desilusões por uma fração de segundo… 

« O ciclismo é duro. Os treinos são brutais e implacáveis, as corridas desesperadas e perigosas. (…) Existem barreiras de dor física e emocional que eles conseguem ultrapassar (…) São pessoas extremamente corajosas (…).»

Aqui deixo o vídeo sobre o "sprint feminino" realizado nos Jogos Olimpicos 2012 em Londres, tal como a Zoe e a Kate competiram no livro.




«Que as suas vitórias sejam recordadas, e as suas personalidades celebradas, para sempre.»

Classificação 
Cartucho deOuro

 À Caça de Adversários 
 Tertúlias à Lareira

Explodido - "Viver depois de ti", de Jojo Moyes

Leitura: 9 a 15 junho de 2013 
Páginas: 424
Editora: Porto Editora
Sinopse: aqui
  
Tiro opinativo

Fui motivado para ler este livro por causa de um personagem que ficou tetraplégico depois do acidente: Will Traynor. O meu primeiro pensamento foi: Como é ser tetraplégico? Será que é possível uma mulher amar um homem neste estado? Leio tudo o que envolve a deficiência à procura de respostas e de possibilidades. Comecei este com elevadas expectativas de que o Will seria como o Christopher Reeve, e cheguei ao final do livro, bastante indisposto e abalado. Toca um tema extremamente forte e controverso! 

Admirei o que o Will fez à Louisa, uma rapariga especial que inicialmente não tinha ambições nem qualificações profissionais, a despertar-se de si própria e levando-a para novos horizontes da Vida. Foi o amor mais puro que ele soube lhe dar, este amor que irá encantar e derramar lágrimas às mulheres. 

Contudo, achei este homem fraco e cobarde. Não sou contra a decisão de cada um para este fim. Cada pessoa pode fazer o que muito bem lhe convier. E compreendo que é bastante limitado e extremamente doloroso. Mas tudo tem uma razão para acontecer e só cabe a Deus nos levar quando tivermos a missão cumprida aqui na Terra. 

Não achei este livro uma lição de vida, mas sim de derrota (refiro-me ao próprio Will, e não à Louisa). 

Este livro não tem classificação, uma vez que eu dou pela Louisa, uma classificação de ouro (5 estrelas) e pelo Will, uma classificação de lixeira (2 estrelas). 

«Duas pessoas que não deveriam ter-se conhecido e que não gostavam muito uma da outra quando se conheceram, mas que descobriram que eram as únicas pessoas no mundo que se podiam compreender mutuamente.»