Género: Romance/Drama
Editora: Alfaguara Portugal
Sinopse: Aqui
Opinião: By Aneal
Devido à minha lealdade e gosto quase
unicamente pelo policial/thriller, foi um desafio para mim ler este
livro de Joel Dicker, consciente de que estaria afastar-me da minha
zona de conforto. Li em tempos “A verdade sobre o caso de Henry
Quebert” que gostei imenso, mas desde já refiro que com este foi
diferente e não me conquistou da mesma forma.
O livro é narrado por Marcus Goldman
pertencente aos Goldman de Montclair, atualmente um famoso escritor,
que se retira para uma das suas residências afim de escrever um novo
livro. É nesse retiro e desencadeado por um encontro inesperado, que
Marcus começa a reviver as suas memórias e lentamente vai nos
contando através de uma narrativa, descrita com bastante pormenor, o
seu passado e de toda a família Goldman. Um passado cheio de
história e sentimentos, um mundo visto pelo olhar de uma criança e
mais tarde de um jovem.
Um amor de juventude perdido, uma
amizade intensa e sem limites, um amor aliado à inveja pelos primos
e tios devido a uma riqueza e estatuto que ele não tinha, os ciúmes,
a idolatração...a queda de um gigante..um drama.
Toda esta história é escrito em
diferentes tempos alternados ao longo de todo o livro, não havendo
uma ordem cronológica. Para mim estas diferenças temporais
conferiram ao livro uma aceitável leitura, evitando se tornar
demasiado maçudo. A mudança dos anos, a alteração das
personagens envolvidas e os acontecimentos, permitiu manter a minha
curiosidade em avançar na sua leitura. Mas tenho de confessar que
houve alturas em que começava a ficar entediada, com a minuciosidade
com que era relatado determinados períodos da vida dos primos,
percebendo mais tarde a sua importância, para o desfecho daquela
família.
“O drama” como lhe chama Marcus, é o acontecimento usado a maior parte das vezes para
situar as histórias, “...meses antes do drama”, “...anos
depois do drama” e cuja revelação foi adiada até quase ao final
do livro e era esta palavra “drama” que ecoava na minha cabeça à
medida que ia avançando as páginas. Uma palavra inteligentemente
usada para me manter curiosa.
“O Livro dos Baltimores”, foi uma
leitura completamente diferente do que costumo me propor a ler pois
nada tem de thriller, no entanto não deixou de ser uma leitura
agradável. Gostei imenso das personagens, vi neste livro um
propósito, o de transmitir uma mensagem ao leitor no que refere a
relações familiares, à amizade e outros assuntos de reflexão e
até mesmo de aprendizagem. Foi este conjunto de fatores e a palavra
“drama”, que mantiveram a minha leitura até ao fim.
Embora este não seja o meu género
literário de eleição, não fico indiferente à escrita de Joel,
classificando-o como um excelente escritor, com muita originalidade
na forma como escreve e estrutura os seus livros. Este livro será a delicia de muitos leitores, disso não tenho dúvidas.
Classificação Aneal: (6/10)
Sem comentários:
Enviar um comentário